Projeto de ensino
manual do professor
Mostra de Fotografias Digitais:
Belezas Invisíveis
Universidade FEDERAL DE MINAS GERAIS
Faculdade de Letras
Especialização em Linguagens, Tecnologias e Educação
Autora:
Tamara Souza da Silva
Orientadores:
Profº Drº Ronaldo Corrêa Gomes Júnior
Profº Drº Junot de Oliveira Maia
Sumário
uM BREVE CONTEXTO
por que DESENVOLVER ESTE PROJETO?
CONCEITOS ESSENCIAIS
Conheça o projeto didático
ORIENTAÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO
Referências
04
06
05
10
13
29
Epígrafe
Eu, etiqueta
Carlos Drummond de Andrade
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
02
cARTA AO PROFESSOR
Professor(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao Manual para o desenvolvimento do projeto Mostra de Fotografias Digitais: belezas invisíveis, que tem como principal objetivo conduzir os alunos a pensarem criticamente sobre os padrões de beleza ou modelos estéticos que permeiam as redes sociais.
Ao longo desse material você encontrará alguns textos de apoio sobre o assunto central deste projeto, orientações para o desenvolvimento, assim como possibilidades de implementação a partir do Projeto Didático.
Lembre-se que as orientações não são prescritivas, logo você terá autonomia para ajustar ou modificar a forma como as atividades serão conduzidas em cada etapa e as rubricas, adequando o processo a sua realidade, de sua escola e de seus alunos.
Esperamos que esse manual seja útil nessa jornada e caso tenha sugestões de melhoria, envie suas colaborações!
Tamara Souza da Silva
tamarasouza.educ@gmail.com
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uM BREVE CONTEXTO
Guy Debord (1997), em seu livro A sociedade do espetáculo, apresenta algumas reflexões sobre a organização do trabalho e o modo de consumo na sociedade capitalista, indicando que se trata de uma sociedade altamente baseada no consumo, o que conduz ao comportamento de “espetáculo”, que faz com que as pessoas sejam condicionadas a buscar sempre ter, acumular e exibir o que possuem, indicando como isso distorce a realidade, uma vez que as pessoas passam a viver como se estivessem constantemente num palco.
O ponto crucial é que, com o advento das redes sociais e da internet, esse comportamento do espetáculo ficou cada vez mais personalizável e recortado, assumindo proporções que rompem com a barreira de tempo/espaço.
Se antes as pessoas performavam os seus “espetáculos” num âmbito mais restrito e privado, com as redes sociais, com os recursos de câmera e áudio, conseguem criar cenários e histórias muito mais convincentes, que alcançam proporções inimagináveis.
Algumas percepções sobre a vida acabam sendo comprometidas ou até distorcidas como, por exemplo, o senso de estética e conceito de beleza que passa a ser aceito e validado pela sociedade.
Considerando esse breve contexto apresentando, a principal pergunta que norteia a proposta deste projeto é:
Quais padrões ou modelos estéticos são representados e validados nas redes sociais?
A busca por algumas respostas tem o intuito de tecer reflexões sobre os conceitos de beleza e estética que perpassam a sociedade pós-moderna, fazendo com os estudantes voltem o olhar para os diferentes modos e representações do que é belo, e não apenas para o que é constantemente disseminado ou validado nas redes sociais.
04
por que DESENVOLVER ESTE PROJETO?
De acordo com o Relatório do Comitê Gestor da Internet do Brasil (2017), o celular tem sido o equipamento mais utilizado para acessar a internet por mais de 70% dos estudantes entrevistados entre 2015 e 2016, tanto em escolas públicas quanto particulares. Apesar de ainda existirem muitos desafios de acesso a recursos digitais e a internet no Brasil, os aparelhos mobile, em especial os celulares com sistema operacional Android, têm se tornado recursos cada vez mais presentes na vida dos estudantes e professores, tanto para acessar a internet quanto para utilizar softwares, jogos, redes sociais, entre outros, sendo, em alguns casos, mais acessível que computadores de mesa, os chamados desktops.
O celular é uma espécie de computador de mão, que viabiliza a utilização de uma infinidade de recursos de comunicação, compartilhando, leitura, edição e criação. No cotidiano acaba sendo uma ferramenta vista, em muitas situações, apenas como um recurso de entretenimento ou de trabalho, sendo pouco explorado para uma produção efetiva de conhecimento.
Além disso, o mundo atual tem a comunicação imagética como uma de suas bases. O "parecer" ser e a ideia de que tudo precisa ser "instagramável" têm sido práticas supervalorizadas e incentivadas, principalmente pelo intenso uso das redes sociais e pela prática das selfies utilizando aparelhos celulares.
05
A escolha da temática se deu diante da necessidade de discutir as percepções do que é belo e do senso estético, para que os alunos tenham oportunidade de desenvolver o seu autoconhecimento, além de reconhecer e validar as diferenças e as belezas para além das redes sociais.
Tecer reflexões sobre uso das redes sociais e os conteúdos imagéticos que circulam nesses espaços, propondo que os alunos produzam fotografias digitais utilizando o celular, também está em consonância com a Base Nacional Comum Curricular – BNCC.
Entende-se que o projeto está alinhado, principalmente, com as Competências Gerais 1, 3, 4 e 5 da Base.
Assim, a intenção dessa proposta é trazer o celular para a sala de aula como uma ferramenta que viabilize a criação de fotografias digitais e a comunicação visual, pautadas numa intencionalidade (não apenas a fotografia pela fotografia), de forma que tanto o aluno quanto o professor explorem e apliquem na prática algumas potencialidades do uso do celular e produzam imagens significativas durante o processo.
Competência
Descrição
Competência 1
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Competência 3
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Competência 4
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Competência 5
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Fonte: Elaborado pela autora, tendo como referência a BNCC, 2023.
CONCEITOS ESSENCIAIS
o conceito de beleza
A beleza está, intrinsecamente, ligada à experiência humana. Ao longo da história diversos pensadores, escritores, poetas se debruçaram sobre a questão da beleza, suas representações e o que torna algo esteticamente agradável.
Platão (2017), em sua obra O Banquete, propõe um diálogo entre diferentes filósofos para discutir o que seria o amor e o belo. O texto propõe que o amor é o desejo do ser humano pelo infinito e que, num primeiro momento, o amor se expressa num esfera física, na apreciação do corpo, mas que após esse primeiro contato, percebe que o belo, em sua essência, não está no corpo, mas em algo além dele, numa esfera metafísica. No mundo físico, o belo seria apenas um reflexo, pois a beleza verdadeira estaria em algo superior, no mundo das ideias.
Suassuna (2012), ao apresentar a teoria aristotélica de beleza, explica que Aristóteles foge do idealismo de Platão e propõe uma beleza realista, baseada no observável, assim, a beleza seria uma propriedade dos objetos. No pensamento aristotélico, a beleza estaria ligada à grandeza, a proporção e harmonia, onde o belo consiste em ter unidade na variedade. Nessa perspectiva, o Feio seria o que é desarmônico.
06
Kant (2008), em sua obra Crítica da Faculdade do Juízo, considera que a beleza é tudo aquilo que agrada aos sentidos, que causa sensações. A beleza não reside nas coisas em si, mas na maneira como as percebemos, indicando que a beleza é permeada por um aspecto subjetivo, no qual a percepção do que é belo emerge da interação entre o sujeito e o objeto. Suassuna (2012) explica que no pensamento kantiano ainda expressa um paradoxo.
Quando o sujeito emite um juízo estético, não está exprimindo um conceito decorrente das propriedades do objeto, mas apenas uma sensação de prazer (ou de desprazer) que ele experimentou diante do objeto. No entanto, o sujeito exige sempre para esse juízo estético, sem conceito, o assentimento mais geral possível, a validez universal.
(SUASSUNA, 2012, p. 39).
No campo da literatura, vários poetas também se debruçaram sobre a tentativa de explicar o que é a beleza e a expressão estética, por meio das palavras e da linguagem. Um exemplo que pode ser mencionado é a obra Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, publicada em 1913, no qual ele descreve com uma riqueza considerável de detalhes a vida cotidiana, buscando capturar a beleza que, muitas vezes, passava despercebida. Proust (2017) indicava que a verdadeira beleza estava nos pequenos momentos e detalhes da vida, e que através da arte era possível apreendê-la. Isso pode ser percebido no trecho:
Apesar de toda a admiração que o Sr. Swann professava por essas figuras de Giotto, durante muito tempo não senti prazer nenhum em contemplar em nossa sala de estudos, onde havia pendurado as cópias que ele me dera, essa Caridade sem caridade, essa Inveja que tinha o aspecto de mera ilustração, num livro de medicina, da compressão da glote ou da campainha por um tumor da língua ou pela introdução de um instrumento cirúrgico, uma Justiça cujo rosto vulgar e mesquinhamente comum era o mesmo que, em Combray, caracterizava algumas boas burguesas devotas e secas que eu via na missa, várias das quais já formavam parte dos exércitos da Injustiça. Porém mais tarde compreendi que a estranheza impressionante, a beleza especial daqueles afrescos provinha do grande espaço que ali ocupava o símbolo, e que o fato de ter sido representado não como símbolo, visto que o pensamento simbólico não era expresso, e sim como realidade, como algo efetivamente sofrido ou materialmente manejado, dava ao sentido da obra algo mais literal e preciso, e ao seu ensinamento algo de mais concreto e mais chocante.
(PROUST, 2017, p. 44)
o conceito de beleza
Quando avançamos na história para entender o que é belo no campo da fotografia, primeiramente, é necessário entender que se trata de uma forma de arte que se desenvolveu no século XIX e rapidamente se tornou uma ferramenta poderosa para explorar a beleza e a estética do mundo ao nosso redor. Fotógrafos como Ansel Adams, uma referência na fotografia de paisagens e Henri Cartier-Bresson, fotojornalista e especialista em fotografia de rua, buscaram, a partir de suas câmeras, capturar momentos de beleza transitória e momentânea, e transmiti-los ao público.
No entanto, a fotografia também levanta questões interessantes sobre a relação entre a realidade e a estética. Susan Sontag (2004), em seu ensaio Sobre Fotografia, argumenta que a fotografia pode distorcer a percepção da realidade, já que muitas vezes vemos o mundo através das lentes das câmeras. Ela lembra que a beleza capturada pela fotografia nem sempre reflete a verdade, mas sim a perspectiva do fotógrafo.
O que está escrito sobre uma pessoa ou um fato é, declaradamente, uma interpretação, do mesmo modo que as manifestações visuais feitas à mão, como pinturas e desenhos. Imagens fotografadas não parecem manifestações a respeito do mundo, mas sim pedaços dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou adquirir.
(SONTAG, 2004, p. 8)
Outra questão importante na fotografia é a manipulação digital. Sontag (2004) dizia que “as fotos fornecem um testemunho”, pois qualquer fato que as pessoas tivessem dúvida, poderia ser comprovado mediante o registro fotográfico, pois uma das utilidades seria o fato do registro da câmera “incriminar”. Contudo, a capacidade de editar e aprimorar imagens, até mesmo com advento das Inteligências Artificias, levanta-se a questão de até que ponto uma imagem pode ser considerada uma representação da realidade em algum nível, e até que ponto ela é apenas uma criação estética.
O conceito de beleza é muito amplo e multifacetado, e tem sido explorado ao longo da história. A beleza pode ser tanto objetiva, quanto subjetiva, e o senso estético é influenciado pela diversidade de perspectivas. A beleza desafia as definições simples, convidando-nos a explorar e apreciar o mundo de formas diversas e enriquecedoras.
07
Redes Sociais e as representações de imagem
As mudanças ocasionadas pelos avanços tecnológicos, juntamente com as transformações sociais e econômicas, revolucionaram a forma como nos comunicamos, nos relacionamos com as pessoas e interagimos com o mundo que nos rodeia. Como afirmado por Castells (1999), a sociedade contemporânea não pode ser compreendida ou representada sem levar em consideração suas ferramentas tecnológicas. Nesse contexto, as redes sociais desempenham um papel fundamental, redefinindo a forma como as pessoas se expõem socialmente e em como elas constroem sua identidade.
Um ciberespaço, definido por Lévy (1999) como o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial de computadores, é o ambiente em que as redes sociais se proliferaram. A cibercultura, por sua vez, é o conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensamento e valores que se desenvolvem com o crescimento do ciberespaço. Através desse ambiente, as pessoas têm a capacidade de se conectar, interagir e criar representações de si mesmas.
A relação entre o ciberespaço e a construção de identidades é especialmente evidente nas redes sociais, onde a exposição de si mesmo se torna uma prática comum. Como observado por Lévy (1996), o que antes era interno e privado torna-se externo e público. As redes sociais, como o Facebook e Instagram, desempenham um papel crucial nesse processo, já que permitem que os indivíduos construam e projetem suas identidades de maneira pública.
A construção de identidades nas redes sociais é fortemente influenciada pela prática do selfie, ou autorretrato. A selfie é uma representação visual de si mesmo, muitas vezes tirada com smartphones e compartilhada em plataformas como o Facebook. Sua política está ligada ao narcisismo contemporâneo, onde os indivíduos buscam apresentar a melhor maneira possível e obter validação social.
A obsessão pelo selfie reflete uma sociedade do espetáculo, como observado por Debord (1997). O indivíduo se torna uma representação mediada por imagens, e as relações cotidianas são construídas, em certa medida, por representações. O indivíduo só existe para ser visto e gerar repercussão nas redes sociais. Portanto, o culto ao corpo se torna uma parte fundamental dessa representação.
Como salientado por Sobrinho (2014) o corpo humano, na era digital, passa por metamorfoses para se adequar aos ideais de beleza propagados pelos meios de comunicação. A moda e a publicidade estabelecem padrões de referência estética, incentivando a busca por um corpo ideal. Para muitos, a exposição na rede social é uma oportunidade de moldar e mostrar esse corpo ideal.
Nesse sentido, as redes sociais como Facebook, Instagram e outras criaram espaços onde as pessoas podem reinventar e projetar suas identidades, moldando-as de acordo com as expectativas do público online que as acompanha.
08
FOTOGRAFIA DIGITAL COMO RECURSO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
A fotografia pode ser utilizada em diversas práticas pedagógicas e em diferentes contextos, como forma de contribuir para o processo ensino-aprendizagem. Aqui serão apresentados dois exemplos de como a fotografia digital se mostrou como um recurso interessante e que favoreceu o ensino de diferentes conteúdos.
A primeira pesquisa foi desenvolvida por Almeida (2016) com o título A fotografia Digital na Educação a sensibilizar sobre o Rio Tietê, tratando-se de uma pesquisa de intervenção realizada com os estudantes do ensino fundamental e EJA – Educação de Jovens e Adultos de uma escola pública de São Paulo.
Na proposta, os alunos participaram de uma roda de conversa com reflexões sobre a poluição a partir de fotos tiradas do rio Tietê, procurando responder a seguinte pergunta: O que você faria para o lixo não chegar ao rio Tietê? A pesquisa discute questões relacionados ao consumismo, da influência midiática para compra de produtos e os impactos ambientais ocasionados pelo descarte incorreto, visto que algumas fotografias retratavam o descarte de sapatos, brinquedos, embalagens de lanche, entre outros dentro do rio Tietê.
Como resultado, a pesquisadora percebeu um maior engajamento dos professores com o trabalho pedagógico usando fotografias, que se desdobrou na continuidade do projeto, no qual os docentes organizaram com os alunos do 5º ano uma visita ao bairro em que a escola estava localizada para que eles registrassem as dificuldades encontradas relacionadas ao descarte de lixo e poluição, sendo usados celulares simples para o processo. Além disso, a escola que foi alvo do estudo percebeu a importância de fazer esse exercício de percepção visual com os estudantes, e alguns professores indicaram como as atividades fortaleceram os laços e o trabalho colaborativo entre os envolvidos, favorecendo o processo de conhecimento.
A segunda pesquisa foi desenvolvida por Tramujas e Antenow (2016) tendo como título A fotografia como ferramenta de construção do olhar para os alunos da 1º série do Ensino Médio e teve como objetivo apresentar possibilidades de trabalhar com fotografia na escola como parte dos conteúdos de artes visuais com estudantes do Ensino Médio de uma escola do Paraná.
Durante o desenvolvimento do projeto os estudantes participaram de três oficinas nas quais foram abordados conhecimentos teóricos e práticos: i) A imagem – representação visual; ii) A criação da fotografia e suas impressões; iii) A arte da composição fotográfica. Cada oficina teve um objetivo dentro do processo, no qual os estudantes refletiram sobre os seus interesses de fotografia, o que costumavam registrar, quais sentimentos tinham ao fazer os registros, se tinham aparelho celular que possibilitasse fazer fotografias digitais, quais conhecimentos prévios tinham sobre fotografia, o que fazia uma fotografia ser considerada boa ou ruim, se as fotos representavam puramente a realidade e o que uma foto expõe.
Como resultados, a pesquisa indicou que os estudantes reconheceram a fotografia como mais uma linguagem de comunicação, as oficinas trouxeram mais dinamismo para as aulas e aumentou o engajamento e cooperação entre os estudantes, principalmente para o manuseio dos celulares e compartilhamento dos recursos tecnológicos. Além disso, os pesquisadores constataram que os estudantes tiveram algumas dificuldades iniciais de fazerem as análises das imagens, mas foram dificuldades superadas gradativamente na medida que as oficinas avançavam.
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Conheça o projeto didático
tema
1
Mostra de Fotografias Digitais:
Belezas invisíveis
Público-alvo
2
O projeto foi pensado para alunos do Ensino Médio, que cursem a disciplina de Projeto de Vida em rede pública ou particular. Contudo, mediante adaptações, ele pode ser desenvolvido como projeto Extensionista em curso de Licenciaturas com alunos a partir do 8º ano do Ensino Fundamental.
3
duração
O presente projeto tem uma previsão inicial de duração de seis meses, com carga horária total de 20 horas/aula, sendo 1 aula por semana. Caso a escola tenha uma disponibilidade maior de carga horária semanal, é possível concluir o projeto em menor tempo.
objetivos de ensino
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O principal objetivo de ensino é conduzir os alunos a pensarem criticamente sobre os padrões de beleza ou modelos estéticos que permeiam as redes sociais, sendo este desdobrado em seis objetivos específicos:
a) Apresentar diferentes conceitos do que é o belo a partir das referências indicadas ou outras que considerar pertinentes ao processo;
b) Indicar diferentes representações de beleza a partir pinturas, poesia, literatura e registros históricos;
c) Apoiar os alunos na estruturação de conceito pessoal do que é o belo;
d) Discutir, junto aos alunos, as representações de beleza que permeiam as redes sociais, considerando os padrões ali presentes;
e) Organizar e conduzir oficinas relacionadas a produção de fotografias digitais utilizando o celular;
f) Apoiar os alunos na criação e organização da mostra fotográfica.
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objetivos de aprendizagem
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Para que os objetivos de ensino sejam alcançados, foram delineados os objetivos de aprendizagem:
a) Conhecer diferentes significados de beleza;
b) Identificar as representações do que é belo a partir de pinturas, poesia, literatura e registros históricos;
c) Formular o próprio conceito de beleza a partir das leituras, análises, discussões feitas com a turma e valores pessoais;
d) Identificar as representações do que é belo na sociedade pós-moderna, a partir das redes sociais;
e) Produzir fotografias digitais que indiquem as diferentes representações do que é belo;
f) Organizar uma Mostra Fotográfica Digital, em conjunto com a turma, com as fotografias produzidas.
Avaliação
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A proposta é que a avaliação seja processual, considerando as entregas feitas pelos alunos a cada etapa. Para que essa avaliação seja conduzida, foram estruturadas rubricas para cada etapa do projeto. De acordo com Bender (2014, p. 20) “as rubricas devem ser suficientemente abrangentes para sugerir o nível de detalhe desejado em qualquer solução de problema possível, bem como para identificar os tipos específicos de questões que os grupos devem considerar”.
Nesse contexto é importante que as rubricas sugeridas sejam validadas por você professor(a), que irá conduzir o projeto, fazendo as adequações que considerar pertinentes. Posteriormente, recomenda-se que as rubricas sejam compartilhadas com os alunos no início do processo, para haver um processo de avaliação transparente.
Além disso, as rubricas poderão ser disponibilizadas para que os alunos usem como parâmetro na sua autoavaliação.
Recursos e ferramentas
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Para o desenvolvimento do projeto proposto será utilizado como principal recurso os aparelhos celulares que tenham câmera e, como recursos complementares, alguns softwares para edição de imagens.
Os softwares para edição de imagens, serão usados pelos estudantes para fazerem eventuais tratamentos das fotografias digitais que forem produzidas no celular.
Foram selecionados dois softwares: o Snapseed que é um aplicativo para Android, usado para edição de fotos; e o Pixlr, um editor de fotos online.
Ambas as ferramentas foram escolhidas por serem fáceis de manusear, estarem disponíveis gratuitamente e em língua portuguesa, tendo recursos essenciais para fazer uma boa edição de fotografias digitais.
Além disso, em cada etapa serão indicados os recursos necessários para conduzir as atividades propostas.
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etapas do projeto
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Etapa 1 - Conhecendo diferentes significados de beleza
Quantidade de aulas: 2 horas/aula
Principais atividades:
a) Atividade diagnóstica sobre o tema.
b) Análises e reflexões sobre o conceito de beleza baseadas em materiais selecionados de áreas como filosofia e estética.
c) Rodas de conversa e reflexão sobre o que foi analisado.
d) Produção escrita fazendo a interpretação dos materiais indicados e dos conceitos que emergiram a partir de diferentes perspectivas e autores.
Etapa 2 - Identificando as representações do que é belo
Quantidade de aulas: 2 horas/aula
Principais atividades:
a) Rotação por estações, no qual os estudantes em cada estação farão o acesso a conteúdos diferentes para identificar a representação de beleza que está emergindo.
b) Registros escritos do que foi observado, juntamente com considerações pessoais.
c) Seleção de outros materiais e fontes, antigas ou atuais, que estejam relacionadas às representações de Beleza identificadas.
d) Discussões em sala sobre os materiais analisados.
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Etapa 3 - Formulando o próprio conceito de beleza
Quantidade de aulas: 2 horas/aula
Principais atividades:
a) Reservar um tempo para que os estudantes formulem e escrevam o seu próprio conceito de beleza a partir das leituras, análises e discussões feitas em sala.
b) Pedir que os estudantes depositem numa caixa o conceito que escreveram.
c) Sortear os conceitos para que cada estudante leia um conceito retirado da caixa e que foi produzido por outro colega.
d) Conduzir breves discussões sobre o que for emergindo dos conceitos formulados.
Etapa 4 - Identificando as representações do que é belo na sociedade nas redes sociais
Quantidade de aulas: 3 horas/aula
Principais atividades:
a) Separar a sala em grupos, atribuindo um material para cada um fazer a análise a partir das perguntas norteadoras indicadas.
b) Levantamento e seleção de cases que circulam nas redes sociais e internet que estejam relacionados a questões estéticas e representação de beleza nesses espaços, abordando casos tanto de pessoas que buscam romper com esses padrões, quanto daqueles que seguem os padrões impostos ao extremo. Os alunos deverão se atentar a relevância do caso, impactos e consequências, percepção de beleza das pessoas envolvidas, exemplos semelhantes, etc.
c) Conduzir um minisseminário com os grupos apresentando as análises que fizeram, associando o case e as imagens, com os vídeos assistidos como base.
Etapa 5 - Produzindo fotografias digitais: diferentes representações do que é belo
Quantidade de aulas: 6 horas/aula
Principais atividades:
a) Planejar e conduzir 3 oficinas para produção de fotografias digitais utilizando o celular: 1. Técnicas fotográficas; 2. Técnicas de edição; 3. Linguagem fotográfica. Para cada oficina propor uma tarefa prática a ser desenvolvida pelos estudantes, aplicando o que aprenderam.
b) Produção de 3 a 5 fotografias digitais que indiquem as representações de beleza para cada estudante (usar como referência o conceito formulado nas aulas anteriores).
Etapa 6 - Organizando uma Mostra Fotográfica Digital
Quantidade de aulas: 5 horas/aula
Principais atividades:
a) Definir com os estudantes o dia, horário e formato da mostra.
b) Fazer a seleção das fotografias (essa etapa deve ser feita em conjunto pelos estudantes, numa espécie de curadoria).
c) Cada estudante deverá criar ou selecionar uma frase que possa legendar a foto (precisa ser um texto que expresse o que a foto representa)
d) Definir e reservar os equipamentos e recursos que serão necessários para a mostra e convidar os demais estudantes da escola.
e) Realizar a mostra no dia e horário combinados.
ORIENTAÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO
Veja o detalhamento para conduzir cada uma das etapas indicadas
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Etapa 1 - Conhecendo diferentes significados de Beleza
Atividade 1: Inicie a aula escrevendo no quadro/lousa a pergunta: O que é a Beleza? Peça que os alunos escrevam no caderno as duas primeiras palavras que vêm à mente quando escutam essa pergunta. Incentive-os a compartilhar o que registraram e a explicar o porquê de terem feito essas associações. Na medida que os alunos forem respondendo, anote as palavras compartilhadas ao redor da pergunta registrada no quadro/lousa.
Atividade 2: Organize a turma em grupos de 4 a 5 alunos e entregue para cada grupo um dos materiais indicados para essa atividade. Oriente que os grupos leiam e analisem o material que receberam, identificando os principais conceitos de cada teoria. Cada grupo deverá produzir um mapa mental com essas informações. Disponibilize uma cartolina para cada grupo fazer sua produção.
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>>> Importante: Professor(a), a obra a seguir foi escolhida, pois o autor faz um compilado de informações usando uma linguagem mais acessível, mas fique à vontade para utilizar outros textos ou materiais. Recomende aos alunos que, caso eles queiram, podem recorrer a materiais em vídeo para compreender ou complementar o que leram. A intenção nesta etapa é colocar os alunos em contato com as teorias. Se você considerar pertinente, pode também fazer um resumo desses materiais, reescrevendo-os de forma mais simplificada.
SUASSUNA, Ariano. Iniciação a estética. Editora José Olympio.
Material 1: Cap 3 – Teoria Platônica da Beleza (p. 24 a 27)
Material 2: Capítulo 4 – Teoria Aristotélica da Beleza (p. 28 a 31)
Material 3: Capítulo 5 – Teoria Plotínica da Beleza (p. 32 a 37)
Material 4: Capítulo 6 – Teoria Kantiana da Beleza (p. 38 a 42)
Material 5: Capítulo 7 – A Beleza segundo a Estética Idealista Alemã (p. 43 a 46)
Material 6: Capítulo 8 - Teoria Hegeliana Da Beleza (p. 47 a 50)
Escaneie o QR code ou clique sobre ele para acessar o livro indicado.
Continua
Atividade 3: Após as análises os alunos deverão apresentar os resultados da discussão para o restante da turma. Ao final, conduza uma roda de conversa com a turma sobre o resultado das análises apresentadas, fazendo as complementações que considerar pertinentes. Algumas perguntas que podem ser utilizadas na roda de conversa: Qual a base dessa teoria? Qual ou quais diferenças vocês observaram entre a teoria x e teoria y? Vocês conseguem indicar exemplos em que é possível observar a aplicação da teoria x? Com qual teoria vocês mais se identificaram?
>>> Importante: Professor(a), a intenção é que essa atividade seja rápida e que os alunos entendam de forma sucinta que o conceito de Beleza pode ser entendido por diferentes perspectivas. Não é a intenção que eles aprofundem no pensamento de cada teórico. Durante a apresentação, certifique-se que os alunos conseguiram compreender a ideia central de cada teoria.
Atividade 4: Por fim, solicite que os alunos escrevam um texto sintetizando o que aprenderam sobre o significado de Belo/Beleza tendo como referência os materiais analisados e as discussões com a turma. Para avaliação, peça que os alunos façam o registro de forma de que você consiga recolher para ler o que foi escrito por eles.
RUBRICAS DA ETAPA 1
Objetivo de Aprendizagem: Conhecer diferentes significados de Beleza.
Atividade
Superou os requisitos
Atendeu os requisitos
Atendeu parcialmente
os requisitos
Não atendeu
os requisitos
Atividade 1: Diagnóstico
Participou espontaneamente e respondeu de bom grado às perguntas que lhe foram feitas.
Participou quando inquirido e respondeu de bom grado a todas as perguntas que lhe foram feitas.
Não participou voluntariamente, mas tentou responder às perguntas que lhe foram feitas.
Não participou da atividade nem respondeu às perguntas que lhe foram feitas.
Atividade 2: Reflexão sobre o conceito de Beleza
Demonstrou ter entendido o conceito de Beleza do ponto de vista filosófico com precisão, aplicando à sua realidade.
Demonstrou ter entendido o conceito de Beleza do ponto de vista filosófico.
Demonstrou ter entendido o conceito de Beleza, sem ter compreendido a sua complexidade.
Teve problemas em compreender o conceito de Beleza do ponto de vista filosófico.
Atividade 3:
Rodas de conversa
Participou espontaneamente da discussão e demonstrou compreensão do material com ideias bem desenvolvidas, fazendo conexões com a prática.
Respondeu às solicitações de discussão e demonstrou compreensão do material com ideias bem desenvolvidas.
Respondeu às solicitações de discussão, mas não demonstrou compreensão do material.
Não participou da discussão.
Atividade 4 e 5:
Produção escrita
Produziu um texto inteiramente relacionado ao tópico e articulou diferentes visões, permitindo o aprofundamento do entendimento sobre o assunto.
Produziu um texto relacionado ao tópico e articulou diferentes visões.
Produziu um texto relacionado ao tópico sem articular diferentes visões.
Não produziu um texto conforme proposto.
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Etapa 2 - Identificando as representações do que é belo
Atividade 1: Professor(a), organize a sala em estações. Cada estação terá um material para ser acessado pelos alunos. Organize as estações de forma que acomodem entre 5 e 7 alunos (considere a quantidade de alunos da sua turma). Para cada estação, oriente os alunos a acessarem o material disponibilizado e a registrarem no caderno as representações de beleza/belo que foram observadas, fazendo comentários pessoais sobre as anotações. Para essa etapa recomenda-se utilizar um cronômetro, marcando aproximadamente 10 minutos para cada estação.
Escaneie os QR codes ou clique sobre cada um deles para acessar os materiais indicados
Estação 1: Música: Tocando em frente (Almir Sater)
Disponibilizar a letra impressa e, se possível, equipamento com fone para os alunos ouvirem a música.
Estação 2: Soneto XVIII – Shakespeare
Estação 3: Sequência de 3 imagens
Disponibilizar as 3 imagens impressas em boa resolução, com as informações completas sobre sua origem (autor, ano e contexto). O foco da análise será na representação do corpo. Como os corpos foram representados?
Estação 4: Poema de Gonçalves Dias - Canção do Exílio
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>>> Importante: Foram apresentados materiais diferentes (música, dança, sonetos, pinturas, esculturas) que trazem representações distintas do que é belo, com a intenção de fornecer repertório para os alunos perceberem que a Beleza não tem uma única forma de representação.
Ao final, recomende que os alunos pesquisem outros materiais (pinturas, poemas, esculturas, peças de teatro, espetáculos de dança, etc.) que consigam identificar semelhanças referente à representação de beleza, com algum dos materiais acessados nas estações.
Atividade 2: Organize a sala em círculo para facilitar a discussão. Acesse, junto com a turma, cada um dos materiais utilizados nas estações. Mostre um material por vez solicitando que os alunos apresentem o que registraram de informações e abrindo para discussão. Oriente que, durante a conversa, os alunos complementem suas anotações a partir do que for sendo trazido pelos colegas de turma.
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RUBRICAS DA ETAPA 2
Objetivo de Aprendizagem: Identificar as representações do que é belo a partir de pinturas, literatura em forma de poesia e registros históricos.
Atividade
Superou os requisitos
Atendeu os requisitos
Atendeu parcialmente
os requisitos
Não atendeu
os requisitos
Atividade 1: Rotação por estações
Participou de forma interessada das estações fazendo registros das observações e impressões pessoais do que foi observado.
Participou de forma interessada das estações fazendo registros das observações.
Participou das estações, fazendo poucos registros do que foi observado.
Participou das estações, mas não fez nenhum registro do que foi observado.
Atividade 2: Reflexão sobre o conceito de Beleza
Demonstrou ter entendido o conceito de Beleza do ponto de vista filosófico com precisão, aplicando à sua realidade.
Demonstrou ter entendido o conceito de Beleza do ponto de vista filosófico.
Demonstrou ter entendido o conceito de Beleza, sem ter compreendido a sua complexidade.
Teve problemas em compreender o conceito de Beleza do ponto de vista filosófico.
Etapa 3 - Formulando o próprio conceito de beleza
Atividade 1: Entregue ½ folha A4 para cada estudante. Solicite que, a partir dos materiais estudados até o momento, das discussões conduzidas em sala e de outras fontes que tenham acessado, cada estudante formule o seu próprio conceito de beleza/belo. Estabeleça alguns critérios para estruturação desse conceito como, por exemplo, quantidade de linhas, tipo de linguagem, formato do texto, etc. Além disso, professor(a), você pode deixar em aberto para que, junto com o texto, os alunos complementem com ilustrações que representem o que escreveram. Peça que eles assinem o que produziram colocando o nome completo. Reforce que a ideia é que eles escrevam com as próprias palavras e não copiem uma definição pronta de outro autor.
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Atividade 2: Reserve uma caixa ou pote grande, de forma que caibam todas as folhas produzidas pelos alunos. Na medida que eles forem terminando de escrever o conceito de beleza/belo peça que dobrem a folha e depositem na caixa/pote. Depois que todos os alunos finalizarem, organize a sala em um grande círculo. Se for viável, ao invés de organizar a sala em círculo, você pode levá-los para um espaço aberto da escola para fazer essa atividade. Em seguida, peça que cada aluno sorteie um conceito da caixa e guarde para si. Depois que todos estiverem com o novo conceito em mãos, solicite que um aluno por vez, leia em voz alta o conceito que sorteou e faça um breve comentário (se concorda ou não, se tem outra perspectiva, se achou interessante, se consegue associar com alguma outra coisa, etc.). Conduza esse processo até que todos tenham participado.
RUBRICAS DA ETAPA 3
Objetivo de Aprendizagem: Formular o próprio conceito de beleza a partir das leituras, análises, discussões feitas com a turma e valores pessoais.
Atividade
Superou os requisitos
Atendeu os requisitos
Atendeu parcialmente
os requisitos
Não atendeu
os requisitos
Atividade 1: Formulando o conceito de beleza/belo
Formulou o próprio conceito de Beleza, a partir das leituras, discussões, construindo um conceito consistente e que evidenciasse seus valores pessoais.
Formulou o próprio conceito de Beleza, a partir das leituras e discussões.
Formulou parcialmente o próprio conceito de Beleza, a partir das leituras e discussões.
Não formulou o próprio conceito de Beleza, a partir das leituras e discussões.
Atividade 2: Discussão
Participou espontaneamente da discussão, lendo o conceito sorteado e fazendo comentários pertinentes e associações com outras vivências que já teve.
Respondeu às solicitações de discussão, lendo o conceito sorteado e fazendo comentários pertinentes.
Respondeu às solicitações de discussão, lendo o conceito sorteado, mas sem fazer comentários.
Não participou da discussão.
Etapa 4 - Identificando as representações do que é A beleza nas redes sociais
Atividade 1: Professor, organize a turma em grupos de 4 a 5 participantes. Direcione um vídeo selecionado para cada grupo (não há problema que haja mais de um grupo utilizando o mesmo material). Cada grupo terá um foco de pesquisa a partir do material que recebeu, conforme descrição a seguir. As perguntas indicadas são apenas norteadoras para o estudo, mas outras podem ser acrescentadas.
A partir do material do vídeo, cada grupo deverá responder às perguntas indicadas, buscando por outras fontes e situações extraídos das redes sociais, que exemplifiquem o que responderam. As análises deverão ser ilustradas com cases, no qual o grupo deve indicar: a relevância do caso, os impactos e as consequências, a percepção de Beleza das pessoas envolvidas.
Cada grupo deverá elaborar uma apresentação de no máximo 10 minutos sobre suas análises e cases encontrados que se relacionam ao que estudaram. Essa apresentação deve ser produzida em PowerPoint.
Escaneie os QR codes ou clique sobre cada um deles para acessar os materiais indicados
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Vídeo 1: Adolescentes buscam a perfeição e fazem procedimentos estéticos
Vídeo 2: As plásticas e procedimentos estéticos mais comuns entre os homens
Vídeo 3: Como o Instagram distorce a realidade
Vídeo 4: Seja o PERSONAGEM PRINCIPAL da sua vida - sobre #TheMainCharacterChallenge no Tik Tok
Atividade 2: No dia das apresentações, organize a sala para um formato de seminário: reserve algumas cadeiras à frente para os alunos que irão apresentar e organize o restante da sala em um meio círculo em formato de “plateia”. Se a sua escola dispor de um auditório, a atividade também pode ser feita nesse espaço.
>>> Importante: Professor(a), a cada apresentação reserve 15 minutos para que a turma faça perguntas ao grupo ou para que discutam os pontos que foram trazidos na apresentação. Instigue-os a refletirem sobre os assuntos fazendo perguntas como: Como eram as fotos antigamente? Como as selfies têm contribuído para a modificação da forma como as pessoas percebem a si mesmas e aos outros? Como vocês percebem que isso afeta a vida das pessoas? Vocês já se sentiram pressionados por algum desses padrões? Quais as consequências quando as pessoas perdem o limite entre o real e o imaginário?
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RUBRICAS DA ETAPA 4
Objetivo de Aprendizagem: Identificar as representações do que é belo na sociedade pós-moderna, a partir das redes sociais.
Atividade
Superou os requisitos
Atendeu os requisitos
Atendeu parcialmente
os requisitos
Não atendeu
os requisitos
Atividade 1: Preparando para o seminário
Analisou de forma elaborada o material disponibilizado, levantando pontos importantes para a discussão e apresentando cases que ilustrassem bem o que foi abordado no material de referência.
Analisou o material disponibilizado, levantando pontos para a discussão e apresentando alguns cases como exemplo.
Analisou o material disponibilizado deixando alguns pontos em aberto, e não apresentou cases como exemplo ou cases que tivessem pouca relação com o assunto.
Não analisou o material disponibilizado e nem participou das discussões com o grupo.
Atividade 2:
Participou da preparação e apresentação do seminário, demonstrando compreensão e domínio do assunto, além de utilizar slides bem construídos e formatados, com todas as informações solicitadas.
Participou da preparação e apresentação do seminário demonstrando compreensão do assunto, além de utilizar slides que contivessem todas as informações solicitadas.
Participou da preparação e apresentação do seminário, demonstrando problemas de compreensão do assunto, além de utilizar slides que faltavam as informações solicitadas.
Não participou da preparação e apresentação do seminário.
Atividade 3: Apresentação do seminário
Participou espontaneamente da discussão levantada por cada grupo, fazendo associações com outras vivências que já teve.
Respondeu às solicitações de discussão levantadas por cada grupo.
Respondeu às solicitações de discussão levantadas por cada grupo, mas não demonstrou muita compreensão do assunto.
Não participou da discussão.
Etapa 5 - Produzindo fotografias digitais: diferentes representações do que é belo
Etapa 5 - Produzindo fotografias digitais: diferentes representações do que é belo
Atividade 1: Professor(a) para organização das oficinas é recomendado que seja destinado 1 aula para a parte teórica e 1 aula para aplicação prática do que foi apresentado na oficina. Contudo, isso pode ser modificado considerando o que funciona melhor para logística da sua sala de aula.
Essas oficinas podem ser organizadas de três formas:
Para a parte prática, os alunos deverão produzir algumas fotografias aplicando as técnicas que aprenderam nas oficinas. Para essa etapa, professor(a), você pode explorar o próprio ambiente da escola com os alunos ou se for viável, levá-los a algum espaço próximo à escola como parques, praças, museus, etc. para fazerem as fotografias. Apenas, atente-se a questões de segurança, uma vez que eles usarão o celular para fazer as fotos em espaços externos à escola.
Outro ponto importante é com relação à inclusão: verifique se todos os alunos da sua turma possuem celular com câmera, caso contrário, proponha que os alunos trabalhem em duplas ou em trios, de forma que pelo menos um integrante tenha um celular com câmera. Assim eles poderão produzir as fotos em conjunto e todos poderão participar da atividade.
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OFICINA 1: TÉCNICAS FOTOGRÁFICAS
Vídeo 1:
Como tirar fotos profissionais com o celular? | TÉCNICAS CINEMATOGRÁFICAS
Vídeo 2:
Como Tirar Fotos Profissionais com Celular em 7 Dicas SIMPLES e PRÁTICAS
Escaneie os QR codes ou clique sobre cada um deles para acessar os materiais indicados
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Vídeo 3:
Dicas para tirar FOTOS INCRÍVEIS E CRIATIVAS com o celular
Vídeo 4:
Melhore suas fotos com o Smartphone.
Vídeo 5:
Fotografia: tipos de planos
OFICINA 2: TÉCNICAS DE EDIÇÃO
Vídeo 1:
Como Editar Fotos No Celular | Tutorial de Snapseed para Iniciantes
Vídeo 2:
Como Editar Foto Online no editor PIXLR 2021 #7
Escaneie os QR codes ou clique sobre cada um deles para acessar os materiais indicados
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Vídeo 3:
Como Editar uma Imagem no Pixlr Editor Online
Vídeo 4:
7 Efeitos Incríveis para Editar Sua Foto Online no Editor PIXLR 2021 #8
OFICINA 3: LINGUAGEM FOTOGRÁFICA
Vídeo 1:
HISTÓRIA da FOTOGRAFIA: Como a Fotografia lutou para se tornar Arte | Domestika Brasil
Vídeo 2:
O que você precisa conhecer para ser fotógrafo
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Vídeo 3:
Steve Mccurry - 9 tipos de composição de foto
Texto 1:
40 fotógrafos brasileiros que você precisa conhecer
Atividade 2: Produção das fotografias: Professor(a), ao final das oficinas os alunos deverão ser orientados a produzir, individualmente ou em grupo, de 3 a 6 fotografias que comuniquem o significado de beleza/belo para eles. Essas fotos podem ser produzidas dentro ou fora da escola e incluir pessoas, animais, ambientes, objetos ou situações. Oriente-os que, caso optem por fotografar pessoas, é necessário solicitar o termo de uso de imagem assinado, com a pessoa autorizando que sua imagem seja utilizada. Veja um modelo a seguir, mas faça as adaptações necessárias no texto.
>>> Importante:
Modelo Termo de Autorização de Uso de Imagem
Escaneie o QR code ou clique ele para acessar o material indicado
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RUBRICAS DA ETAPA 5
Objetivo de Aprendizagem: Produzir fotografias digitais que indiquem as diferentes representações do que é belo.
Atividade
Superou os requisitos
Atendeu os requisitos
Atendeu parcialmente
os requisitos
Não atendeu
os requisitos
Atividade 1: Participação nas oficinas
Participou de forma espontânea nas oficinas propostas, demonstrando engajamento, interesse e busca por conhecimentos complementares, produzindo as fotografias previstas.
Participou de forma espontânea nas oficinas propostas, demonstrando engajamento e interesse, produzindo as fotografias previstas.
Participou mediante solicitação das oficinas, produzindo as fotografias previstas.
Não participou das oficinas e não produziu as fotografias previstas.
Atividade 2: Produção de fotografias
Produziu as fotografias, demonstrando entendimento do que foi aprendido e fazendo o uso da linguagem fotográfica para expressar sua percepção de beleza/belo, aplicando com propriedade algumas técnicas.
Produziu as fotografias, demonstrando entendimento do que foi aprendido e fazendo o uso da linguagem fotográfica para expressar sua percepção de beleza/belo.
Produziu as fotografias, fazendo o uso da linguagem fotográfica para expressar sua percepção de beleza/belo, mas demonstrou domínio parcial do que foi aprendido.
Não produziu as fotografias.
Etapa 6 - Organizando uma Mostra Fotográfica Digital
Professor(a), solicite que os alunos levem para aula as fotografias produzidas em formato digital, pois isso será fundamental para o desenvolvimento das atividades dessa etapa. Recomenda-se, também, que você reserve recursos audiovisuais para reproduzir as fotografias para a turma toda. A sugestão é que a Mostra se chame “Belezas invisíveis”, pois a intenção é que os alunos captem, por meio da fotografia, representações de beleza que fujam dos padrões estabelecidos nas redes sociais, mas fique à vontade para adaptar o nome.
Atividade 1: Com a participação dos alunos, defina o dia, horário e formato que a mostra acontecerá. Discuta com os alunos qual será o melhor espaço da escola para o evento e, também, layouts para organização e disposição do espaço. Algumas perguntas que podem auxiliar nesse momento: Como as fotos serão apresentadas? Em um varal, em painéis? Qual será o tamanho das fotografias? Elas serão organizadas por assuntos ou terão uma disposição aleatória? Além das fotos, quais elementos precisam compor a mostra (Frases? Letreiros? Convites?). Alinhe essas informações com a turma e distribua as tarefas entre os alunos, de acordo com o que for definido.
Atividade 2: Essa será a atividade mais longa da etapa. Organize a turma em pequenos grupos (4 a 5 estudantes) de forma que os alunos apresentem as fotografias que produziram uns para os outros, explicando o que elas representam e o que gostariam de comunicar através delas. Oriente que cada grupo, selecione de 5 a 10 fotografias, considerando aquelas que melhor expressem o que cada um gostaria de mostrar. O intuito é que os alunos ajudem uns aos outros no processo de escolha das imagens. Após esse primeiro “filtro”, peça que os alunos separem as fotos e lhe enviem (veja o que funciona melhor: enviar por e-mail, drive, pen-drive, WhatsApp ou outra ferramenta). Reserve uma aula para compartilhar com toda a turma as fotos pré-selecionadas, para que todos participem e deem o aval nas escolhas. Garanta que na mostra entre pelo menos uma foto produzida por cada estudante, podendo ter mais de uma, se for o caso.
Atividade 3: Após finalizar o processo de curadoria, os alunos deverão trabalhar individualmente, criando legendas para as suas fotos. Essa legenda pode ser uma frase ou pequeno texto criado por eles mesmo, ou pode incluir trechos de poemas, músicas, falas de filmes, etc. A ideia é que a legenda transcreva de forma criativa o que eles querem comunicar através da fotografia. Oriente também que eles deem um nome para foto, assim como é feito nas pinturas. Valide com cada estudante a legenda, ajudando-os a verificar se há erros de escrita ou melhorias a serem feitas.
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Etapa 6 - Organizando uma Mostra Fotográfica Digital
Atividade 4: Retome com os alunos a atividade 1, verificando como está o andamento da organização, reserva de equipamentos, produção de convites para a mostra e acerte os detalhes de como o espaço será organizado para o dia do evento. Solicite que os estudantes imprimam as fotos em papel fotográfico em boa resolução e no formato definido com a turma para levarem no dia da mostra, assim como a legenda das fotos.
Atividade 5: Chegou o momento de consolidar o projeto, montando a mostra de fotografias. Dê apoio aos estudantes nesse momento, verificando se precisam de ajuda com algum imprevisto ou situação que venha surgir. Recomende que tenha pelo menos um aluno para fazer o registro em fotografia ou filmagens no dia. Após a mostra oriente os estudantes e desmontarem tudo deixando o espaço da escola da mesma forma que encontraram. Se for viável, proponha uma pequena confraternização com a turma para fecharem esse momento celebrando a conclusão do projeto.
Atividade 6: Reserve a última aula, após a mostra, para avaliação geral do projeto. Nesse momento os alunos irão se autoavaliar e, também, indicar o que funcionou e o que poderia ser melhor no processo. Para a autoavaliação recomenda-se utilizar as mesmas rubricas indicadas para avaliação do professor. Professor(a), nesse momento fique atento às sugestões dos estudantes, pois eles podem indicar coisas pertinentes para melhoria de projetos futuros.
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RUBRICAS DA ETAPA 6
Objetivo de Aprendizagem: Organizar uma Mostra Fotográfica Digital, em conjunto com a turma, com as fotografias produzidas.
Superou os requisitos
Atendeu os requisitos
Atendeu parcialmente
os requisitos
Não atendeu
os requisitos
Atividade
Atividade 1 e 4: Organização da Mostra
Atividade 2: Curadoria das Fotos
Atividade 3:
Criação das legendas
Atividade 5:
Apresentação da Mostra
Participou de forma engajada da organização da Mostra, assumindo e cumprindo com as responsabilidades que lhe cabiam.
Participou de forma engajada do processo de curadoria das fotos, tanto nos grupos quanto com a turma, fazendo sugestões pertinentes para o processo.
Criou legendas para fotos, demonstrando pensamento crítico e reflexão sobre o que foi produzindo, expressando suas percepções pessoais sobre o tema da mostra.
Participou de forma engajada na montagem, apresentação e encerramento da mostra, estando disponível para ajudar e solucionar problemas que surgiram.
Participou quando solicitado da organização da Mostra, assumindo e cumprindo com as responsabilidades que lhe cabiam.
Participou quando solicitado do processo de curadoria das fotos, tanto nos grupos quanto com a turma.
Criou legendas para fotos, demonstrando pensamento crítico e reflexão sobre o que foi produzido.
Participou da montagem, apresentação e encerramento da mostra, estando disponível para ajudar os colegas.
Participou quando solicitado da organização da Mostra, deixando de cumprir com algumas responsabilidades que lhe cabiam.
Participou quando solicitado do processo de curadoria das fotos, fazendo poucas sugestões pertinentes.
Criou legendas para fotos, demonstrando pouco pensamento crítico e reflexão sobre o que foi produzido.
Participou parcialmente da montagem, apresentação e encerramento da mostra, demonstrando pouca disponibilidade em ajudar.
Não participou da organização da mostra.
Não participou do processo de curadoria das fotos, nem nos grupos nem com a turma.
Não criou legenda para as fotos.
Não participou em nenhum momento da mostra.
Referências bibligráficas
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OBRIGADA
TAMARA SOUZA DA SILVA
tamarasouza.educ@gmail.com